Criciúma
Mutuc excluído do Conselho Municipal de Transportes de Criciúma
O Movimento dos Usuários do Transporte Urbano de Criciúma (Mutuc) foi excluído do Conselho Municipal de Transportes e os movimentos sociais e sindicais iniciaram mobilização para evitar que a situação se consolide. Criado por mobilização popular em 2005, o Mutuc passou a ter assento no Conselho e fez o contraponto, ampliou o debate em torno do valor das tarifas do sistema e da qualidade do serviço prestado.
Sem personalidade jurídica oficial, o Mutuc por consenso de seus integrantes, era representado no Conselho pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e na última reunião do Conselho Municipal de Transportes, antes do feriado, por maioria dos seus membros e com abstenção da União das Associações de Bairros de Criciúma (UABC), o Mutuc foi excluído. Edegar Generoso, presidente do Sindicato dos Bancários, que representava o Movimento no conselho, questiona a decisão, pela distorção da representação dos usuários.
“Com a decisão tomada, o Conselho terá como representantes dos usuários a Unesc, o DCE da própria Unesc, a UABC e o Sindicato dos trabalhadores do transporte coletivo e destes, a rigor, somente UABC e o DCE representam os usuários”, ilustra Edegar Generoso. O presidente do Sindicato dos Bancários enfatiza, ainda, que “a redução da representação dos usuários foi articulada pelo presidente do Sindicato dos Motoristas, com apoio dos empresários do setor, o que é lamentável, pois a redução da representação dos usuários só beneficia as empresas de ônibus; e tanta aproximação assim dos patrões coloca, no mínimo, em dúvida a independência dessa entidade”.
Os movimentos sociais e sindicais se reuniram na manhã desta quarta-feira (6) para analisar a situação e consideram que, na prática, houve “retaliação” a participação dos usuários. “O Mutuc representou um momento novo na participação dos usuários no Conselho e foi responsável, por exemplo, por meio de seus integrantes e com apoio do Ministério Público, pela contratação de especialistas isentos para realizar levantamentos de custos que alteraram a forma e os métodos de cálculos de reajuste da tarifa do transporte coletivo”, salienta o presidente do Sindicato dos Químicos e secretário macrorregional sul da UGT/SC, Carlos de Cordes, o Dé. Segundo ele, mobilizações estão sendo articuladas, assim como agendada audiência com o prefeito Clésio Salvaro para tratar do assunto.