Economia
Catálogo virtual aproxima participantes da Feira da Economia Solidária da Unesc dos consumidores
Em virtude da pandemia de Covid-19, produtores e artesãos têm menos locais para venda de produtos
A pandemia de Covid-19 mudou o modo de vida de todos e as relações pessoais e comerciais não ficaram de fora. Um exemplo é a Feira da Economia Solidária da Unesc, que desde março não ocorre no campus e foi transformada em um catálogo virtual com os contatos dos feirantes, para facilitar o acesso dos consumidores aos produtos e oportunizar que os 15 agricultores familiares e artesãos possam continuar comercializando seus produtos e com isso, não sintam um impacto ainda maior em sua renda. A iniciativa do Programa de Ações em Economia Solidária da Unesc (Paes) tem surtido efeito e vários feirantes já estão comercializando os produtos por meio do aplicativo Whatsapp.
Um exemplo é a professora de artesanato Mari Rozane Linemburger Silveira, de Balneário Rincão, que tem sido procurada por pessoas que consultaram o catálogo virtual desenvolvido pelo Paes. Artesã há 30 anos e integrante da Associação Mulheres do Mirassol, em Balneário Rincão, e da Artes da Natureza, de Criciúma ela confecciona diversos produtos para bebê, como roupas, sapatinhos, toucas, luvas, toalhas e manta em crochê, além de fazer peças em tricô e trabalhar com diversos tipos de bordado.
Antes da pandemia, ela participava da Feira da Economia Solidária da Unesc e feiras em Araranguá, Jaguaruna e Balneário Rincão. Mas com a Covid-19, não conseguiu mais comercializar os produtos. “Devido a pandemia não participei de feiras e não consegui vender mais nada. Voltei a vender depois do catálogo virtual. As pessoas me ligam e encomendam os produtos, depois marcamos o local da entrega. O catálogo facilitou muito o meu trabalho. Sem ele, não teria recebido encomendas”, afirma Mari.
O coordenador do Paes, Dimas de Oliveira Estevam, comenta que a Feira de Economia Solidária da Unesc tem a participação de produtores e artesãos de Criciúma, Forquilhinha, Nova Veneza, Balneário Rincão, Siderópolis, Cocal do Sul e Treviso e que em função da quarentena, muitos deles perderam um dos principais pontos de venda dos produtos. “No campus, além dos professores, dos funcionários e dos alunos, a Feira recebe também a comunidade dos arredores da Instituição. Com o catálogo, queremos facilitar o acesso dos consumidores aos produtos e incentivar a continuidade do consumo de produtos locais”, afirma.
Alimentos, peças do vestuário e artesanato estão entre os itens comercializados
Entre os 15 participantes da Feira da Economia Solidária da Unesc, há agricultores que comercializam frutas, verduras e legumes, há fabricantes de pães, bolos, massas e salgados, pessoas que confeccionam peças do vestuário e artesãos.
Eliane Mandelli Frank, faz parte da Cooperativa Agroindustrial dos Agricultores Familiares de Forquilhinha (Coonafor) e comercializa há sete anos doces, geleias, bala de banana, frutas cristalizadas, banana passa com chocolate, biscoitos, pão de milho, melado e grão de bico. Desde o início de seu trabalho na produção e venda de produtos caseiros, ela participa da Feira da Economia Solidária da Unesc. Além da Universidade, ela negocia sua produção em feiras em Forquilhinha e Criciúma. Para ela, Feira da Universidade é uma opção de venda para um público diferenciado. “Na Unesc eu tinha uma venda muito boa e com a paralização das atividades em função da Covid-19, senti uma drástica diminuição nas vendas”, comenta.
Mas como várias pessoas, Eliane redirecionou o seu foco de trabalho neste momento e além da possibilidade de venda por meio do catálogo virtual, e da continuidade em outros espaços de venda, passou a dedicar mais tempo para o trabalho na área administrativa da cooperativa.
A artesã Silonete Damazio, da Associação Mulheres do Mirassol, de Balneário Rincão, também está na Feira da Economia Solidária da Unesc há sete anos e considera o catálogo virtual uma ótima oportunidade de divulgação e vendas, especialmente no período de diminuição nos negócios, como o atual. Ela faz bordados em fitas, toalhas bordadas e pintadas, materiais em crochê e tricô em geral, pesos de porta, amigurumi, tapetes, chinelos em pedraria, trabalhos em fuxico e com retalhos. “ Trabalho desde a infância com artesanato, sigo os passos dos meus pais, mas como forma de renda faz nove anos. A Feira da Economia Solidária da Unesc é uma grande oportunidade de renda e amizades”, afirma.
Guia de boas práticas de higiene
Com o objetivo de proteger feirantes e consumidores, os professores, bolsistas e voluntários do Projeto de Extensão “Ações de Alimentação e Nutrição Solidária”, vinculado ao Paes da Unesc, criaram um guia de boas práticas de higiene e distanciamento social para orientar os participantes da Feira de Economia Solidária da Universidade e região, contendo informações sobre o uso de máscaras, higienização das mãos, comercialização e transporte de produtos, bem como, dicas de alimentação saudável.
O Guia foi elaborado seguindo as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), Ministério da Saúde e Ministério da Agricultura. Nele, há informações, para aprimorar o conhecimento dos feirantes sobre os riscos da pandemia. A publicação foi disponibilidade por whatsapp para os produtores e artesãos e também foi disponibilizado em forma de e-book.
Acesse o catálogo – https://www.unesc.net/portal/resources/files/1/feira_ecosol_maio.pdf