Saúde
Mês Mundial da Visão: 57% dos catarinenses pesquisados não sabem que o glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível
Levantamento do IBOPE Inteligência revela desinformação sobre a doença e a importância da rotina oftalmológica, sendo que 1 a cada 8 entrevistados de SC nunca foi ao especialista
“Grande parte da população brasileira não está ciente da importância de se consultar regularmente com um médico oftalmologista, sabe pouco sobre o glaucoma e desconhece seu risco de cegueira. E isso não é diferente em Santa Catarina”, afirma Luiz Fernando Vieira, gerente médico da Upjohn, divisão da Pfizer focada em doenças não transmissíveis. “Mais da metade dos entrevistados do estado (57%) não sabe que o glaucoma é a maior causa de cegueira irreversível e 53% não conhecem a doença que atinge diversos grupos da população. Além disso, segundo dados do IBGE, a deficiência visual mostrou-se a mais frequente no Brasil, atingindo aproximadamente 7,2 milhões de pessoas1“, afirma.
A desinformação sobre a relevância do cuidado com a visão é, de fato, muito evidente na pesquisa. Quando perguntados sobre a frequência que vão ao especialista, 12% dos entrevistados catarinenses assumiram que nunca foram, 10% foram uma única vez na vida e 27% disseram que raramente, apenas quando sentem algum incômodo nos olhos.
Além disso, do total da amostra dos moradores do estado de Santa Catarina, 32% acreditam que a visita ao oftalmologista deve ser frequente somente quando percebe alguma perda de visão, maior que a média geral entrevistada, 23%. Já 18% acreditam que a visita ao especialista deve ocorrer apenas ao sentir dor nos olhos, sendo a média geral de 13%.
Glaucoma e grupos de risco: o amplo desconhecimento em SC
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o glaucoma é a segunda causa de cegueira no mundo e representa um desafio maior por ser irreversível1, diferentemente da catarata. Porém, apenas 30% da população entrevistada do estado acreditam que a visita ao oftalmologista com frequência é uma medida que ajuda a diminuir os riscos de cegueira e 44% desconhece qual o seu próprio risco de cegueira.
“Alguns públicos são mais propensos ao glaucoma, pessoas com casos na família, afrodescendentes e pacientes com pressão intraocular elevada2“, relata o mestre e doutor em Oftalmologia, Augusto Paranhos Junior, presidente da Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG). “Estima-se que cerca de 1,5 milhão de pessoas possam ter a doença, porém é preocupante a desinformação sobre o tema2, já que mais da metade (56%) dos catarinenses desconheçam a relação com a hereditariedade e 94% não associam a patologia com a afrodescendência. Além disso, dados do IBGE também apontam Santa Catarina é um dos estados com a maior expectativa de vida, pensando assim na longevidade dos idosos no País4, outro importante grupo de risco da doença”, finaliza.
Apesar de 34% dos moradores do estado abordados pela pesquisa acreditarem que o glaucoma não tem cura, 55% não sabe responder sobre temas possibilidades de tratamento, mais do que a média dos entrevistados de 45%. Já 18% responderam no levantamento que o tratamento da doença é feito principalmente à base de colírios e 19% que a cirurgia quase sempre cura o problema.
Jéssie Costa