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Unesc levanta discussões sobre os 30 anos do SUS

A Aula Magna com o tema “Potencialidades e desafios do Sistema Único de Saúde”, ministrada pelo professor Alcides de Miranda, no Auditório Ruy Hülse, na noite desta segunda-feira (8/10), abriu em grande estilo a terceira Jornada da Saúde e oitavo Simpósio de Residência na Unesc. O evento, que segue até quarta-feira (10/10) com palestras, rodas de conversas e outras atividades ligadas à saúde, tem como tema principal o questionamento “E se o SUS acabar, o que nós temos a ver com isso?”, marcando a chegada dos 30 anos do Sistema Único de Saúde.

A programação envolve todos os cursos da área saúde da Unesc, além do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva, o Núcleo de Saúde Coletiva e a Residência Multiprofissional. Compuseram a mesa de autoridades na abertura do evento a Pró-Reitora Acadêmica da Unesc, Indianara Reynaud Toreti; o coordenador do Programa de Residência Multiprofissional, Jacks Soratto; a professora Fabiane Ferraz; a acadêmica representante dos estudantes dos cursos da saúde, Marinara Telles; a odontóloga e representante do Mestrado em Saúde Coletiva, Giovana Vito Mondardo; o presidente do DCE (Diretório Central dos Acadêmicos), Alexandre Bristot e o odontólogo representante do Núcleo de Saúde Coletiva, Rafael Amaral.

De acordo com a pró-reitora da Universidade, discutir a temática trazida ao evento desta semana remete à olhar para o passado e aprender muito com ele. “Devemos fazer isso, examinando todo o conjunto, para que a gente tente evitar problemas no futuro. Hoje temos um Sistema de Saúde em que 100% da população faz uso e temos que olhar de fato para ele e discutir sobre de que maneira está constituído. Temos o compromisso de, além de preservar a democracia, pensar em estratégias para nos posicionarmos em defesa do SUS no lugar que ocupamos”, salientou.

Em sua fala, o representante do Núcleo de Saúde Coletiva, Rafael Amaral, destacou a relação do pertinente tema levantado para o evento, com as Eleições realizadas ainda neste domingo. Conforme ele, o SUS afeta diretamente a vida de todos, desde o momento em que um sujeito acorda até a hora em que vai dormir, mesmo que por muitas vezes a visão geral sobre ele não seja essa. “Como representante do Núcleo, fico muito feliz que esse evento tenha cada vez mais amadurecido e espero que ele perdure por muitos e muitos anos, assim como o SUS. Agradeço pela oportunidade de debater esse assunto e desejo que nós saiamos daqui, ao fim desses três dias, tendo todos vocês como novos militantes do Sistema Único de Saúde”, enfatizou Rafael.

A mensagem deixada pelo presidente do DCE, Alexandre Bristot, foi de responsabilidade com cada escolha feita, especialmente no que se refere aos representantes públicos, diretamente ligados à promoção da saúde. “Aqui é mundo real. Aqui as coisas só se transformam dia após dia. Que tenhamos responsabilidade com as nossas escolhas para que possamos arcar com as consequências delas. Vocês bem acompanharam nesse ano, a aprovação da PEC que congelou os gastos públicos pelos próximos 20 anos. Teremos duas décadas sem nem mais R$1 para saúde ou educação. É esse o Brasil que vocês querem? O meu não”, cravou.

Completando a fala de Alexandre, a representante do Mestrado em Saúde Coletiva, Giovana Vito Mondardo, destaca também os ataques aos SUS, e levanta uma perspectiva do resultado de uma possível extinção do Sistema. “Esse congelamento dos gastos nos traz duras penas, consequências quase que irrevogáveis. O sistema público de saúde que nós temos hoje é intersetorial. Se o SUS acaba, a educação não funciona bem, a segurança não funciona bem”, completou.

Aula Magna

Ao relatar experiências de sua trajetória ligadas ao SUS, com as crenças e realidades das comunidades, o palestrante Alcides de Miranda destacou a relação entre o preço de determinados serviços e aquilo que eles realmente significam. “Tudo isso é um desafio. São coisas que o presidente do Banco Central não vai entender. Ele vai calcular o preço de uma dentadura, mas dificilmente vai saber o preço que é devolver o sorriso pra uma pessoa”, comentou.

Ainda entre suas colocações e explicações, o professor destacou o fato de que uma política pública só se consolida se for legitimada publicamente, traçando ainda paralelos sobre os momentos políticos vividos pelo país desde a criação do Sistema. “A arquitetura do Sistema não pode ser ‘puxadinho’ em que um governo chega e acrescenta uma coisa e outro acrescenta e tira outra. Precisamos ter a ousadia de fazer proposições estratégicas para retomar o sistema”, completou.

Para o professor Jacks Sorato, que mediou a Aula Magna, a contribuição do professor Alcides foi de extrema pertinência ao evento. “Ele oportunizou novos cenários, instigou pensamentos, expôs ideias para o futuro do Sistema, indo mesmo ao encontro do que foi proposto para a aula”, destacou.

Participaram ainda do evento a reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta, e a diretora de Extensão, Cultura e Ações Comunitárias, Fernanda Sônego.

Confira a programação completa para as próximas atividades do evento.

https://doity.com.br/iii-jornada-da-sade–viii-simpsio-da-residncia-20180919130321

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